Dia
1 de dezembro de 1944
Adolf Hitler visando mostrar sua tecnologia na guerra
resolveu organizar uma passagem de um dirigível gigantesco chamado Hinndenburg
pela cidade de Brusque. O dirigível se
aproximava lento e silenciosamente, vindo das cercanias de Brusque, onde
Hamilton morava. Voando a pouco mais de 300 m de altura e refletindo
intensamente ao longo dos 250 m de comprimento do invólucro de tecido de algodão,
os primeiros raios de sol. Ao deparar-se com aquele charuto colossal prateado
pairando sobre suas cabeças, todo o povo se aglomerou na praça central, vendo o
colossal dirigível. Os que presenciavam tal cena, nem imaginariam que uma das
mais famosas batalhas digna de um romance policial, iam acontecer dentro
daquele dirigível.
Dirigível
Hinndenburg, Cabine Central.
Correndo o mais
rápido que podia com a ajuda da bengala, tentou chegar perto do Dirigível que
levantava voo, agarrou na porta que estava fechando deixando a bengala cair,
juntou forças e entrou no Dirigível. Tudo era escuro, e não se via um palmo na
sua frente, caminhou ate um feixe de luz que saía de uma fechadura, puxou a maçaneta, colocando a mão na arma e
adentrou o dirigível, com passos silenciosos. Ouviu um grande barulho, vindo
dos motores, era um momento de tensão e seu coração batia ligeiramente. Com a
arma em punho, caminhava encostado na parede, arrastando a perna esquerda, pois
sua bengala havia caído do dirigível. Parou por um momento, pois viu duas
sombras, que conversam em alemão, perto de outra cabine.
Aproximou-se e viu os
mesmos homens, que estavam juntos na lanchonete, e na casa do senhor Ivo após seu
assassinato. Ambos estavam no dirigível, guardando a porta. Hamilton por um
erro tropeçou batendo a mão na parede e fazendo um ruído, um dos homens olhou
intrigado onde Hamilton estava, e caminhou ate lá, Hamilton se contorceu em um
canto, onde ficaria escondido, o homem puxou um rifle M1 Garand, e esgueirando
se com medo veio onde tinha ouvido o ruído. O guarda olhou ao lado esquerdo, e
depois virou o rosto ao lado direto, ainda intrigado entrou mais fundo no
corredor, percebendo a circunferência de Hamilton levantou o rifle em sua direção.
Um som foi ouvido, e logo depois tudo ficou em silencio. Hamilton em um
movimento rápido vendo que o guarda havia errado o tiro acertando o tecido do
dirigível, puxou a pistola e atirou, acertando o primeiro guarda no peito. Vendo que o outro guarda que havia subido as
escadas agora vinha correndo na direção do disparo, forçou a fechadura de uma
porta a sua esquerda, que com dificuldade acabou cedendo. Caindo em uma sala
escura, viu todas as caixas da Indústria Germain, o assassino estaria naquele
dirigível, pois queria ter certeza que sua mercadoria, chegaria à Alemanha. O
segundo guarda começou a deferir gritos, e atirar em cada parte do dirigível, pela
maçaneta Hamilton viu-o pegar a M1 Garand de seu amigo, e vindo em direção à
porta onde estava.
Escondeu-se em um
canto onde ia ter visão limpa para atirar quando o guarda abrisse a porta, sua
respiração estava acelerada e pesada, apontou a arma em direção à porta,
esperando o momento que o guarda iria abri-la, com um chute a porta se abriu, e
o homem adentrou a sala, por erro averiguou primeiro o lado direito,
aproveitando a oportunidade Hamilton apontou-lhe a arma, no momento que puxou o
gatilho, a arma falhou. O homem assustou-se e apontou lhe o rifle, antes de
disparar Hamilton o avançou derrubando-o no chão, ambos começaram a travar uma
luta de cachorros no chão do dirigível, com o pouco treinamento militar que
tinha Hamilton, virou o guarda em direção ao chão, o homem por outro lado puxou
uma faca militar do bolso esquerdo e voltou-se em direção a Hamilton, desferiu
um golpe que cortou um pedaço do, sobretudo que vestia, ergueu o braço esquerdo
e agarrou a mão onde o guarda segurava a faca, jogando-a para longe. O guarda
deu um passo para trás e pulou atrás da faca, Hamilton o segurou pelos ombros
jogando o de lado, o guarda o segurou pela perna machuca o fazendo-lhe desferir
um grito, aproveitando que a M1 Garand estava mais perto que a faca á puxou
enquanto caia no chão, virou- se de barriga a cima, apontando a arma ao guarda
que ferozmente desferia um pulo violento em sua direção, puxou o gatilho,
acertando o homem, que agora jazia de bruços mortos no chão.
Hamilton levantou-se
ofegante, e virou o homem, resolveu observar melhor o uniforme que tal vestia,
não restava duvidas aquele era o uniforme usado por soldados alemães, continha
até mesmo a Cruz de Ferro, símbolo nazista dada apenas aos veteranos.
Uma voz feminina veio da escada, e pensando ser alguém inocente,
Hamilton, correu até a sala onde os dois guardas haviam tido suas ultimas
palavras, para seu espanto a sala estava vazia, mas ficou deslumbrado com a
visão que tinha da cidade lá de cima. Nas suas costas havia uma escada que
levava á sala de controle do dirigível, especulava que tinha matado toda a
resistência do dirigível, e subiu as escadas lentamente, fazendo com que cada
passo soa-se um rangido. Aquela parte do dirigível estava vazia, o piloto que
deveria ficar nos controles já não estava mais lá, intrigado caminhou alguns
passos até o painel de controle, viu uma bolsa verde, junta a cadeira do piloto,
averiguou-a e achou centenas de notas de euro. Mas qual o sentido do assassino
ser pago em Euro? Um frio cano tocou sua nuca, e um click foi ouvido.
-O cão sarnento me acompanhou até aqui? – Disse uma voz
feminina.
Não havia duvida mais agora, aquela era voz de Leticia
Germain, esposa de Ivo Germain, ela o havia assassinato e mudado os papeis de
exportação para a Alemanha, Ivo havia descobrido e pagará o preço por isso.
Naquela noite Ivo, descobrirá o plano de sua amante, quando ambos chegaram em
casa e discutiram no carro, Leticia percebeu a impaciência de seu Marido, e o
bilhete com o endereço do porto que estava no seu paletó, percebendo que Ivo
descobrirá a verdade, na primeira oportunidade, o envenenou a comida, deixando
o impossibilitado de tomar alguma medida drástica. Sem saber que havia sido
envenenado, ambos foram dormir, mas um deles sonhou para sempre. Rapidamente
pegou um documento falso, e por tomar conta da parte administrativa da fabrica,
qualquer um iria aceitar um documento com sua assinatura. A primeira assinatura
foi borrada, então tivera que refazer o documento, depois desse estresse desceu
a sala e escondeu o veneno dentro do jarro. Os soldados alemães iam-lhe
recompensar com uma boa quantia de dinheiro, fechou a porta da Vila Germain, entrou
no carro de Ivo, dirigindo ate um hotel próximo, esperando o dia que Hitler
enviaria o dirigível para a busca dos mantimentos militares.
-Seguiu as pitas corretamente- Proveria Leticia – Muitas
vezes o desastre é inevitável, olhe você mesmo essa tecnologia, esse colossal Hinndenburg,
que sobrevoa agora pela nossa cidade, se quiser sobreviver precisa se juntar
aos mais fortes, aos que vão vencer essa guerra.
Irritado com essas palavras Hamilton lhe proferiu um golpe,
por estar com a mão no gatilho Leticia acabou acertando o painel central, que
agora soltava faíscas, em um golpe violento Hamilton a empurrou das escadas,
fazendo o a atirar mais três vezes em sua direção, um tiro havia acertado o seu
braço que agora sangrava, inclinou-se ao painel na tentativa de fazer a imensa
máquina voltar a sua rota normal, mas era em vão, mesmo machucada Leticia
veio-o atrás e cravou suas unhas nos seus ombros o empurrando para trás, ao
ponto que não conseguia mais apertar pontos aleatórios no painel. O dirigível
agora abaixava sua altura, e o povo toda que antes glorificava a cena, agora
fica mais aterrorizado com a vinda do dirigível em sua direção. Uma grande
parte saiu correndo pelas redondezas e o dirigível caia como uma colossal bomba,
o monstro aproximou-se de dois prédios perto da praça, e rebateu como se
estivesse em uma mesa de pingue e pongue, a besta havia caído no Centro de
Brusque, pegando fogo, e assustando todos aos seus redores, bombeiros haviam
sido chamados e tentavam sem esperança apagar o fogo do colossal Hinndenburg,
que antes cruzava os céus, e agora se via caído no chão. Era possível ouvir
naquele dia, uma melancólica orquestra que tocava a tragédia que assolaria a
todos, se sentia naquele ar, um silencio, o mesmo silencio que foi ouvido, no
momento do assassinato, o mesmo silencio dos teares, que agora iam ser
fechados, fechados junto com o mistério da Vila Germain, que corrompida pelo
assassinado de Ivo Germain, sendo envenenado por sua esposa Leticia Germain,
agora fechava suas portas junto com a fabrica. Ninguém nunca mais ouvirá seus
nomes, mas todos o lembraram da tragédia que aconteceu aquele dia em Brusque, o
silencio da morte, ainda ecoa nos corações dos moradores mais antigos da cidade,
que naquele dia ouviram os últimos teares, tecerem essa historia trágica.
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